domingo, 18 de abril de 2010

Alemanha - Tübingen


O imponente castelo renascentista Hohentübingen, que ainda hoje abriga parte da universidade, domina o panorama da cidade. Abaixo do castelo está a Fundação Evangélica, uma construção não menos impressionante, que data de 1536. Poetas de renome e pensadores alemães têm os seus nomes ligados à Fundação: o astrónomo Johannes Kepler estudou ali a partir de 1587. Os poetas Friedrich Hölderlin, Wilhelm Hauff e Eduard Mörike, bem como os filósofos Georg W.F. Hegel e Friedrich Wilhelm Schelling também foram alunos da universidade.
A parte antiga de Tübingen é tão idílica que cabe perguntar se ali vivem realmente pessoas, ou esse cenário não passa de um refinado projeto de museu intitulado "antiga e honrosa cidade universitária". Na verdade, parece que o tempo parou em Tübingen, de tão provinciana e tranquila que é a cidade. Já há 150 anos os professores se referiam à cidade como "uma vila universitária". De certa forma é assim até hoje.
Seguramente o facto de tantos estudantes se deslocarem à pequena cidade às margens do Rio Neckar deve-se à especial atmosfera de Tübingen, que se mantém praticamente inalterada há 500 anos. Com suas ruelas tortuosas, estreitas e íngremes e as pitorescas casasl, Tübingen é a quinta-essência da cidade romântica alemã. A paisagem mais fotografada de Tübingen é, com certeza, a margem do Neckar, com suas fileiras e a Torre de Hölderlin, onde o genial poeta, que perdeu a razão, viveu os últimos anos.
Na periferia sul, entretanto, começa o futuro em contraposição ao cartão-postal idílico de Tübingen. Antigos quartéis deram lugar a um bairro novo, com construções futuristas de vidro e metal, formando um complexo de moradias, lojas e escritórios. Uma atmosfera de cidade grande nas aforas da "vila". 
O dia-a-dia em Tübingen é tão tranquilo quanto as águas do Rio Neckar, que atravessa a cidade. Grande parte da cidade velha é uma calçada, onde é proibido o trânsito de veículos. Não há barulho de automóveis, nem buzinas estragando o idílio medieval. No verão, os estudantes reunem-se na pequena ilha fluvial do Neckar ou nos vários cafés do centro histórico para ler conversar. Em Tübingen, nada fica muito distante, as salas de aula e os bares estão bem próximos.
Desde 1956 acontece, em Junho, a grande corrida de canoa. Os condutores dão impulso às embarcações longas e estreitas com grandes varas, que são fincadas no fundo do rio. Cerca de 40 equipas disputam este campeonato. A equipa vencedora recebe 200 litros de cerveja como prémio. A perdedora tem que ingerir 3 litros de óleo de fígado de bacalhau. Nesta corrida estão sempre presentes os membros das corporações estudantis, que tanto em Tübingen como em outras cidades universitárias tradicionais (Freiburg, Göttingen e Heidelberg),  desempenham um papel importante.

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